Não sei se me apetece mais !?
PL
Levantam-se as dúvidas.
O próximo passo seria escrever frases que poucos percebem, utilizando palavras que só alguns conhecem, construindo um pensamento pseudointelectual assente na dúvida sistemática, numa exigência hermenêutica desmedida. Criar a confusão conceptual para desconstruir de seguida, não dizendo nada, fazendo sentir que muito foi dito.
Comecei a gostar de Charles Bukowski, da sua bizarria, da forma como cultiva e traduz a depravação humana numa linguagem violenta, crua e não censurada.
O que é a arte hoje?
Mantenho o apreço, o gosto, o entusiasmo pela canónica.
Começa-me a irritar o moderno, o conceptual, as instalações transformadas em arte. É mais importante criar um nome do que criar arte.
Ouço as músicas do festival da canção; onde estão os poemas? Letras vazias. Vale a mise en scène. De acordo com a cultura do tiktok, da futilidade e das pseudocausas. Para onde tende a cultura social da civilização?
Lido mal com quem não lê. Falar de cultura é falar de quê?
Não sei se me apetece mais, não sei se é a última vez que escrevo. Talvez!
Vou ler poesia, ... da boa e, quem sabe, passear à beira mar!