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Lata de Conversas

Lata de Conversas

31
Dez23

A queda de um ano

Paulo L

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PL

Aproxima-se a queda de mais um ano. Sucedem-se em dias caóticos, correrias infernais, descansos precários.

Revejo as imagens de Platoon e a morte do sargento Elias. Toca o Adágio de Barber. Sinto-me a tombar também. Fogo que pensava amigo. O tema continua meditativo, melancólico. Contrasta com a violência das imagens.

É quase amanhã. Apesar de sábado trabalhei bastante. Pesquisas, construção de textos, correções. Ano novo, vida nova não vai acontecer, por muito que gostasse. O mesmo stress, a mesma azáfama, os mesmos dias caóticos, as correrias infernais e os descansos precários.

A construção de Arthur Fleck baseia-se em princípios semelhantes. Queda após queda assente na amargura, no desprezo e na ignorância.

Choca-me a ignorância e, mais ainda, choca-me quem age na mais pura ignorância, imbuído dum espírito de acha que sabe tudo. Choca-me quem toma partido desconhecendo o cenário completo. Chocam-me os racionais que se portam irracionalmente. Chocam-me os imbecis e os idiotas. Chocam-me os palermas e os arrogantes. Chocam-me os que sabem tudo e os chico-espertos. Choca-me a ingratidão e a falta de respeito. Chocam-me os que não lêem e que não ouvem música. Choca-me a sociedade nos moldes em que caminha.

A música toca enquanto trabalho. A playlist vai longa e, embora seja apenas para me manter focado no trabalho, não deixo de fazer pausas cirúrgicas em determinados trechos. Fico-me por Ennio Morricone e pelo Cinema Paradiso. Já é amanhã. Não faz mal, há muita noite pela frente e a música ainda está no começo.

10
Dez23

Carta ao Pai Natal

Paulo L

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PL

Pai Natal,

Talvez estejas cansado de ler tantas cartas. Pedidos e mais pedidos, certamente bizarros alguns. Conversemos apenas. Sobre o mar e as ondas, a espuma, as algas, o sargaço. Gosto de ver os pescadores a regressarem da faina. Gosto dos covos empilhados ao lado das boias, das redes estendidas. Gosto do cheiro da maresia. Que me dizes do mar, Pai Natal?

Na minha terra há mar e pescadores. Há peixe fresco e varinas, há música e folclore. A minha terra é uma terra alegre. Quando vens à minha terra?

Rodeio-me de livros e revistas, ouço jazz, clássica e pop.

Lá longe onde só há céu, as nuvens correm ordeiras e a lua mostra-se envergonhada. Parece que vai chover. Pelo menos o cinzento mesclado anuncia. Penso em nada com a mente preenchida por tudo. Nunca aprendi a fotografar a lua, apenas a guardar a sua claridade. Não conheço o som da lua. Debussy mostrou-nos o luar.

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