Aliteracia – termo obtuso num país de intelectuais
PL
Podia ser na mesa da esplanada de sempre ou na mesa duma esplanada qualquer, onde a diferença não se nota pela indiferença de tudo o que passa. A pressão sente-se na cerveja que tarda em chegar, no calor impróprio de Abril, nos decotes tatuados que tentam fugir de coloridos soutiens reduzidos e amarrotados. Passam personagens vestidos de anime, outros apenas de forma bizarra. Cabelos vermelhos, promoção de cabeleireiro, desfilam vaidosos na marginal. Não sei interpretar o que vejo. As tatuagens, as unhas de gel, os cabelos coloridos, A aliteracia social que me ataca feroz deixa-me inquieto. Reconheço que talvez seja eu a levar a espingarda no ombro errado.
Orchestral Drama é uma compilação. Sonoridade agreste que contrasta com o mar tranquilo, interminavelmente azul, espraiando-se na areia dourada pelo sol. Ao longe a linha vincada do horizonte onde os dois azuis combinam num imenso abraço. Por momentos pensei que o mar acabava ali e se pudesse dar mais um passo caía do mundo. A música devolveu-me a realidade.
Li a crónica de Isabel Lucas – A casa.
Faz-me falta a minha máquina fotográfica.