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Lata de Conversas

Lata de Conversas

24
Set17

As cores do Outono.

Paulo L

Chegou o Outono

E com ele as cores...

O verde vai-se esbatendo

O amarelo e o vermelho vão surgindo...

As folhas despegam-se das árvores

Suavemente a brisa ampara-lhes a queda...

O tapete que formam duma colorida mescla

Amacia o caminhar silencioso  

De quem se delicia 

Com as cores do Outono

PL

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 PL

15
Set17

Em Roma sê romano...

Paulo L

Seguir uma linha de escrita ou adaptar a escrita a circunstâncias diferentes são duas formas de estar na literatura. Usar uma fórmula ou usar a criatividade e a capacidade expressiva.

Algum tipo de literatura adapta-se bem à fórmula. É o caso de Dan Brown. Li O código Da Vinci num ápice. Achei-o fantástico. Uma história muito bem conseguida, que desperta o interesse a cada página que passa e as surpresas subsequentes são sempre mais interessantes que as anteriores. Além disso a explicação histórica (no caso pseudo-histórica) das situações é sublime. Dan Brown consegui criar uma história de suspense baseada numa descrição histórica coerente, bem desenhada mas absolutamente desalicerçada de rigor histórico. Li o livro antes da maioria dos portugueses e antes de instalada qualquer polémica. Digo isto não por júbilo ou chico-espertice, mas apenas para introduzir o porquê de ter lido O código da Vinci. Fiz um período de férias no México, local muito apreciado por turistas americanos. No hotel em que fiquei, bem como nos hotéis circundantes e por todo lado onde passei, não havia vivalma que não estivesse a ler The Da Vinci Code. Este hegemonia despertou-me o interesse. Habitualmente cada cabeça sua sentença. Habitualmente cada um lê um livro diferente dos outros. Por coincidência haverão duas pessoas a ler o mesmo livro. Toda a gente com o mesmo livro não é habitual. A primeira coisa que fiz quando cheguei de férias foi procurar o livro. “Ainda não foi editado em Português”, ouvi em várias livrarias. Esperei 1 a 2 meses. Foi editado! Comprei e li. Fantástico. Adorei. Guardei o livro na estante. Cerca de um mês depois estoura a polémica. Não vou falar dela. Foi há uns anos, a maior parte das pessoas certamente se lembra ainda dela. Melhor publicidade para o livro não podia ter havido.

Como sabem, escrevo estes textos, como se costuma dizer, (embora não se aplique ao computador), ao correr da pena. Isto para dizer que quando comecei a escrever e escolhi este título, o meu objectivo era falar em Valter Hugo Mãe e na sua capacidade de adaptar a escrita, a narrativa e a história a um local específico, sendo que essa história não poderia passar-se noutro lado. Quando lemos Homens imprudentemente poéticos lemos o Japão, lemos a sociedade japonesa, lemos os costumes japoneses, lemos Japão em todo o seu esplendor, em toda a sua história, no peso das suas tradições. É impossível termos esta história noutro local. E o mesmo se passa quando lemos Desumanização. Não podemos por esta história no Japão. Não podemos por esta história na Suíça, na Bélgica, no Canadá ou no Bangladesh. É uma história Islandesa. E ao avaliarmos a expressão narrativa encontramos características completamente diferentes nos dois textos. Características essas que estão embriologicamente ligadas aos locais. Deixamos de ter a fórmula “mágica” de Dan Brown. Passamos a ter a classe, a mestria e a criatividade de um dos melhores autores portugueses contemporâneos.

10
Set17

O regresso de férias e a obrigatoriedade

Paulo L

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PL 

 

O regresso de férias é sempre complicado. As férias, ... são férias! Normalmente são boas e sabem a pouco. Não que o trabalho seja mau, bem pelo contrário. Mas nas férias não há obrigatoriedade. Levanto-me cedo na mesma, mas não há essa obrigatoriedade. Faço uma multiplicidade de coisas, mas sem qualquer obrigatoriedade. Gosto do trabalho mas há essa obrigatoriedade que desaparece em férias. E é esta liberdade que me faz gostar das férias. Terminei de ler um livro, li outro e iniciei um terceiro. Já falei dos dois que li. E depois, imbuído do tal espírito de desobrigatoriedade, baldei-me ao blogue. Férias da escrita. Não que nos outros dias me sinta obrigado a escrevê-lo. De forma alguma. Faço-o com um inexcedível prazer. Mas rotinizou-se e, como tal, tornou-se numa espécie de trabalho, dando uma sensação, se bem que falsa, de obrigatoriedade. O final de férias retirou esta pequena obrigação de escrever e exacerbou a preguiça. O sofá, a esplanada, os passeios à beira mar, uma centena de fotografias... enfim, um conjunto de coisas mais propícias neste ansiado período e umas férias ao blogue. Há quem diga que o trabalho é apenas uma forma ocupar o tempo para que as férias cheguem mais depressa. Um pensamento a considerar. As férias são uma espécie de niilismo existencial.

Retomado o trabalho, já com uma semana em cima e com o pensamento nas férias seguintes, chega também a altura da rotina que se sobrepõe a qualquer tentativa de a contrariar. Se o homem é um animal de hábitos, não sei. Mas a rotina diária transformou-se numa coisa essencial para o bem-estar individual. Quebrar rotinas é aconselhado, mas nada é mais difícil. Muitas vezes o quebrar rotinas não é mais do que adquirir novas rotinas. Vamos ver que mudanças me esperam, que novas rotinas vou adquirir para transformar este tempo de espera das próximas férias num aprazível período de trabalho.

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